O Brasil está sumindo e você ainda não entendeu o Golpe?


Uma investigação, seja no romance policial, num problema de família ou numa briga política, sempre começa com a pergunta: a quem interessa?

Vamos procurar identificar a quem interessa o esfacelamento do Brasil e quais as forças e agentes que atuaram e atuam para que isto ocorra.

Em primeiro lugar, a não ser que seus neurônios também tenham sumido, já está claro que o combate à corrupção era apenas um modo de congregar os trouxas, os oportunistas e aqueles segregacionistas e excludentes que tem horror à democracia e aos direitos iguais para todo ser humano.

Se o caro leitor não passou desta fase, terá mais dificuldade para entender as razões do golpe de 2016.
O mundo neste século XXI tem um poder que domina não só a economia e as finanças, mas a política, a sociedade e os estados. Chama-se sistema financeiro, que abreviadamente designo banca.

A banca tem dois objetivos permanentes: se apropriar dos ganhos de todos os segmentos econômicos e promover a concentração de renda. Tem também um grande inimigo: o nacionalismo e o controle estatal das riquezas.

Para isso, a banca desenvolveu uma ideologia: a globalização; e ressuscitou um princípio econômico do século XVIII, muito em uso no século XIX, o liberalismo econômico, agora batizado de neoliberalismo. Não ficava coerente para uma ideologia do futuro fundar-se em teoria do passado.

A campanha de divulgação destas farsas foi intensa desde os anos 1970 até a supremacia atingida pela banca no final do século XX. O meio utilizado para o crescimento foram as denominadas crises – crise do México, crise do sistema monetário europeu, crise da bolha da internet etc. A cada crise um setor da economia ou um país passava ao controle da banca. Sempre usando o velho método de poder do liberalismo: a dívida.

O Brasil sob Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi governado pela banca. Alienou riquezas minerais, gerou dívidas e só não entregou a Petrobrás para a banca porque ainda havia militares nacionalistas que se opuseram.

No Governo Lula, pela primeira vez desde o Império, o Brasil não teve dívida externa e, ainda, descobriu a maior reserva de petróleo dos últimos 30 anos, possibilitando rever a legislação entreguista de FHC, colocando esta enorme e estratégica riqueza nas mãos da Petrobrás. Também com esta descoberta o País passou a ser autossuficiente em petróleo. A banca passou ao ataque e criou a corrupção como questão ética e não uma política de estado, como ocorria na Alemanha, na Holanda, no Reino Unido e outros países europeus, onde o suborno de suas empresas nos países do terceiro mundo era dedutível do Imposto de Renda.

A banca passa a usar o arsenal de espionagem e corrupção dos Estados Unidos da América (EUA), que ela dominava desde Ronald Reagan, para planejar, treinar e organizar o golpe no Brasil.

Antes de nomear os diversos atores do golpe no Brasil, vamos definir melhor quem é a banca. São menos de meia centena de famílias que controlam em torno de 30% a 40% das movimentações financeiras no mundo: as famílias reais inglesa e holandesa, os Rothschild, os Rockfeller, os Mellon, os Vanderbilt, os DuPont entre outras.

A crise de 2008 consolidou o poder da banca sobre os EUA. Assim, foram colocados para o golpe no Brasil o Departamento de Estado e a Agência Central de Inteligência, a notabilíssima CIA, e todo um sistema de espionagem que levou a Presidente Dilma a cancelar uma viagem aos EUA.

Este complexo bélico treinou membros do judiciário brasileiro – magistrados e promotores – sendo o mais conhecido agente o juiz Sergio Moro. Também chantageou Ministros do Supremo Tribunal Federal, ou o Dias Toffoli sempre pensou igual ao tucano Gilmar Mendes?, fechando um circuito jurisdicional para o golpe, o que era, até então, inédito no Brasil.

Como principal instrumento da preparação golpista estavam as 14 famílias que controlam quase a totalidade da mídia no País, com destaque especial para os irmãos Marinho, cujo sistema de comunicação sempre esteve ativo para as desinformações, fraudes e campanhas que objetivassem destruir a soberania brasileira.

Também pelo suborno ou pela chantagem, diversos empresários, como o rentista Presidente da FIESP, Paulo Skaf, passaram a trabalhar para o golpe que teve seu momento mais significativo no dia 17 de abril de 2016, quando um verdadeiro festival de cinismo, hipocrisia, mentiras comandado por Eduardo Cunha e seus 140 deputados previamente corrompidos, aprovaram um pífio pedido de impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

Agora, em menos de 12 meses, o Brasil se esfacela. Seus recursos naturais, minérios, petróleo, água são colocados num cesto de saldo para os compradores estrangeiros; a base de lançamento de foguetes em Alcântara passa para o controle dos EUA, o próprio território nacional está a venda para estrangeiros interessados sem qualquer contrapartida.

E a política econômica da banca já atinge 20 milhões de desempregados e subempregados avançando num ritmo crescente. Os salários, que não sejam de Parlamentares, do Judiciário, do Ministério Público e de áreas Policiais escolhidas, estão em queda acentuada.

As pessoas, mesmo coxinhas batedores de panela, se perguntam onde iremos parar, quando o PIB recua 3,6%. A esta altura a corrupção foi esquecida pois todos os membros deste governo, na ativa ou licenciados ou escondidos, estão envolvidos em ganhos ilícitos, contas no exterior e até em tráfico de drogas – olhem os “helicocas” e a fazenda paulista do Chanceler – e crimes contra pessoa. Nem há ética pessoal nem moral num Estado que compra apoio da imprensa, das empresas de telefonia e de energia elétrica com o seu, o meu, o nosso rico dinheirinho. E depois destes milhões lançados ao léu ainda querem mais arrocho nos direitos dos pobres, olha o SUS que não recebe há dois meses remédios para doenças incuráveis, e mais impostos (!).

Assombra-me, pessoalmente, a apatia das forças armadas. Quando se tratava de combater o comunismo, com o suporte estadunidense, pareciam verdadeiras feras, denodados militantes, mas para combater a banca não se vê o mesmo ímpeto, o mesmo brio.

Tenho a convicção que a banca deseja a guerra civil, que eliminará a pressão demográfica e facilitará seu estabelecimento repressivo. Mas ainda espero que prevaleça o interesse democrático, da mudança pelo voto, como está sendo possível na Bolívia, no Equador, na Venezuela e em breve voltará na Argentina, embora a corrupção da banca também atue nestes países.

Leia também: Banca é corrupção: as sanguessugas políticas do golpe entregam o Brasil.

Leia também: Governo e mídia: Expressão maior da hipocrisia que hoje prejudica o Brasil.


Autor: Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

Publicado em dinamicaglobal.wordpress.com

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5 comentários em “O Brasil está sumindo e você ainda não entendeu o Golpe?”

  1. Quando se trata de Brasil, confesso que estou bastante desanimado até para comentar, dada a incomensurável ignorância e irritante apatia do nosso povo. Onde trabalho, isso salta aos olhos, tamanhas são as sandices que escuto de pessoas que muitas vezes têm até curso superior, mas discernimento político zero (são meros repetidores do que veem e escutam no Jornal Nacional). No mais, meus cumprimentos ao Gardelón pelo excelente comentário. Penso dessa mesma forma e estou igualmente indignado. Jamais tivemos um congresso tão conservador e reacionário, pelo menos até onde me lembro. Sem dúvida, vivemos um momento ímpar em termos de entreguismo e destruição da soberania nacional, não superado nem mesmo pelas eras Collor e FHC.

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    1. Leonardo, como disse antes, se quiser redigir um texto podemos publicá-lo aqui. Penso que seja um leitor garimpeiro de informações relevantes e pela qualidade dos seus comentários acho que um texto de conteúdo assim seria ótimo. Um abraço.

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      1. Obrigado, me sinto honrado e gratificado por esse elogio. Confesso que meu trabalho tem tomado bastante o meu tempo. Mas, eventualmente, seria um prazer contribuir com este excelente sítio, que traz realmente uma grande bagagem em termos de informação e conhecimento ao público. Um abraço.

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  2. O analfabetismo político no Brasil, além de um povo sem cultura formal e pessoas que pensam sempre em “se dar bem” sem medir consequências funestas dessa atitude nos torna presa fácil para a dominação estrangeira. O golpe de 64 mostrou quão babaca é nosso povo, os golpes internos durante a ditadura foram inúmeros, as manipulações eleitorais à mercê de marqueteiros etc referendam essa naturezababaquice entranhada no povão. Essa é a condição ideal para a dominação de um país. A imprensa venal (Globo-Time-Life, e.g. ) controlada e a serviço dos estrangeiros, a aculturação em padrões dos gringos, o dominio total de nosso parque industrial e assim por diante mostra nossa fragilidade.
    Concordo que durante a ditadura havia um sentimento nacionalista e isso foi algo muito positivo. Meu ponto de vista sobre a não privatização da PETROBRAS ( PB ) foi mais por pressão interna de todos os empresários que sempre mamaram nas tetas da empresa. O roubo na
    PB existe desde sempre, contratos superfaturados é prática corrente, propinas, aparelhamento e outras falcatruas em contratos etc.
    Coroando todas as mazelas veio esse golpe do impedimento da Dilma. Quer maior prova de quão venal é nosso ” congresso ” ?
    Concordo plenamemte com sua tese de um fortíssimo envolvimento e planejamento da CIA e asseclas tanto brasileiros como norteamericanos. O motivo do golpe??? O petroleo do Pré-Sal.
    Um agravante que houve: o Lula trocou o regime de Concessão para o de Partilha – o Capital Internavcional não gostou… Pau nesses cucarachos…Pelo Consenso de Washington eles.estão passando dos limites por nós impostos.
    O fdp do Serra já cumpriu o que prometeu para a Chevron tirando da PB a obriatoriedade, POR LEI , de ser a única operadora no Pré-Sal.
    E la nave va…

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  3. Concordo em parte com o artigo. Não concordo, porém com o apelo velado às forças armadas para intervir. Em todo e qualquer país do mundo quando as forças armadas intervém se instala a ditadura, porque o militar não doi formado para a política que supõe o diálogo. Na caserna se obedeve ordend sem discursão. É uma formação totalmente adversa à política. Não é qiestão de honestidade ou ética é pura e simplesmente questão de aptidão política. Vejam os exemplos na história e me digam.

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